Prevenção
Gripe A muda hábitos nos terreiros de candomblé do Recife
Responsáveis por terreiros têm recomendado a frequentadores que evitem os tradicionais beijos e abraços nas celebrações, para impedir contágio
Publicado em 28.08.2009, às 13h06 (Jornal do Comércio de 30 de agosto de 2009, página Saúde).
Fabiana Maranhão Especial para o JC Online A exemplo das igrejas católicas, que, por recomendação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mudaram hábitos por causa da nova gripe - como o tradicional abraço da paz que não é mais dado nas missas -, a influenza A também tem provocado mudanças nas celebrações nos terreiros de candomblé do Recife.
Mãe Diva, de 75 anos, tomou uma atitude radical: como forma de prevenir a gripe A (H1N1), decidiu não beijar nem abraçar as pessoas que vão ao seu terreiro, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. "É algo muito comum na nossa religião, mas passei a evitar porque sei que o contato físico é uma das formas de transmissão da doença", explica. Ela fala ainda que objetos que antes eram utilizados nas cerimônias por vários participantes passaram a ser de uso individual.
Em três terreiros de candomblé no bairro do Ibura, Zona Sul da capital, o cuidado com a higiene tem sido reforçado desde o mês passado. A orientação é do Pai Lídio, de 52 anos, responsável pelos locais que são frequentados por cerca de 350 pessoas por mês. "Durante as cerimônias, temos cuidado de lavar as mãos constantemente e de não compartilhar objetos como pratos, talheres, panelas e roupas, o que era comum entre nós", detalha.
Os dois seguem as recomendações do Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Cepir) que tem orientado os responsáveis pelos cerca de 800 terreiros de religiões afro-brasileiras que existem no Recife. O hábito de pedir a benção ao pai ou à mãe de santo não é mais o mesmo. "Orientamos que não se escoste a boca na mão do pai ou mãe de santo para não haver contato da saliva com a pele, evitando assim uma possível transmissão do vírus", diz o secretário executivo do Cepir, Jorge Arruda.
Na opinião dele, o risco de transmissão da gripe A não pode impedir que as celebrações sejam realizadas, e, para isso, é preciso redobrar a atenção com a higiene. Mas a conscientização não tem sido fácil. "Esclarecemos sobre os cuidados que são necessários para evitar a doença, mas muitos não aceitam a mudança de costumes", critica Mãe Diva.
--------------------*Sem dúvidas é de morrer de rir tal matéria. Esta mesma que era para divulgar o evento ocorrido no último dia 30 de agosto de 2009 no Terreiro de Pai Edú, no Alto da Sé em Olinda, foi substituída por uma desorientada matéria que expressa o quanto nós povo de terreiro de PE temos que aprender a lidar com os problemas globais.
Estou injuriado com tamanha inocência de meus mais velhos e principalmente com a "besteiragem" do CEPIR em permitir que uma matéria tão leviana venha a ser publicada em um dos jornais de maior circulação em todo Estado.
Não concordo com o proposto no texto, acho isso ridículo e insensato. O contato das pessoas no candomblé é uma forma de repasse e troca de axé, é um ato sagrado que não compromete em nada a saúde de ninguém. Não é exatamente por estes meios que a gripe A é repassada. Solicito aqui a reparação para o povo de terreiro de Pernambuco desta matéria nas próximas edições do Jornal que deve explicar o caso com detalhes e contradizer o dito anteriormente nesta matéria.
Quilombo Cultural Malunguinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário