quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Homenágem ao VI Kipupa Malunguinho da Escola de Umbanda Pena Branca de SP


Homenágem ao VI Kipupa Malunguinho da Escola de Umbanda Pena Branca de SP

O Quilombo Cultural Malunguinho dá obrigado ao irmão Ronaldo de Almeida, umbandista de São Paulo que veio de lá conhecer o Kipupa e registrar o evento para fazer um documentário. Seja sempre bem vindo irmão, pois é a corrente de quem tem fé que fortalece a tradição da Jurema Sagrada. Salve.

Aguardamos as fotos e o filme. E tome-lhe fumaça!!

Sobô Nirê!!

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

domingo, 18 de setembro de 2011

VI Kipupa Malunguinho - Por que "A Jurema Merece Respeito"!

Clique na imagem para ver grande. Arte: Amauri Cunha.

 VI Kipupa Malunguinho 
Por que "A Jurema Merece Respeito"!

O QCM – Quilombo Cultural Malunguinho, apresenta a III Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Indígena Pernambucana, Lei Malunguinho n° 13.298/07, que tem como objetivo, consolidar o diálogo entre as diversas religiões de matrizes afro indígenas com a sociedade civil e a cultura de tradição, escolas e academias entre outros e outras, com o intuito de celebrar a memória do líder negro e divindade do culto da Jurema Sagrada, Malunguinho, personagem da história do Brasil, assassinado na provável data de 18 de setembro de 1835, no Distrito de Maricota, hoje Município de Abreu e Lima/PE.

Objetivamos garantir a expressão, inclusão e a difusão da diversidade presente nas atividades educacionais e de formação, possibilitando a articulação entre pessoas e grupos, além da participação plural e intensa dos povos de Terreiro nos processos de discussão política, social, cultural e teológica, garantindo a troca de saberes com a função de contribuir para o fim do racismo, da intolerância religiosa e desmarginalizar a nossa história negra e indígena (Lei 11.645/08).

“Na mata tem um caboclo
Todo vestido de pena
Esse caboclo é Malunguinho
Ele é Rei lá da Jurema”. 
(Toada do culto da Jurema Sagrada).

Serviço
 
Dia - 25/09 (domingo) VI Kipupa Malunguinho, Coco na Mata do Catucá (Encontro Nacional de Juremeiros e Juremeiras). 

Na mesma data:  Lançamento do Prêmio “Mourão que não bambeia” – Homenageados Vivos: Mãe Vanda de Seu Zé Filintra (50 anos de Jurema). Mortos: Juremeiro Antônio do Monte e Seu João Folha. No Kipupa Malunguinho.

Horário: Das 07 às 18h. 

Programação: 
Com a roda de coco: Mestre Galo Preto (coordenando o coco), Mestre Zé de Teté (Limoeiro/PE), Grupo Bongar, Adiel Luna, Pandeiro do Mestre e Bojo da Macaíba.

Ônibus: com saída de 7h. Contribuição: R$: 5,00. 
Locais dos ônibus: Nascedouro de Peixinhos, Largo do Carmo do Recife e em diversos terreiros.

Recomendação: Ir com roupa adequada para ritual de Jurema e levar suas “Gaitas”.
--> Levar almoço ou comprar no local. 

Para Inscrição: Nome Completo, RG, Nome da Instituição ou Terreiro que representa, Fones e email. Enviar tudo para o email abaixo. 

COMO CHEGAR NO LOCAL DO EVENTO? É fácil: Todos que forem de carro, moto ou a pé (se for louco kkkk) devem encontrar os ônibus as h em frente a Prefeitura de Abreu e Lima e seguir o comboio ao local do evento. Endereço: Estrada de Pitanga II, área 04 - Sítio de Juarêz. É só perguntar no meio do mundo que o povo indica!! Boa sorte na aventura!!

LOCAIS DAS SAÍDAS DOS ÔNIBUS: Carmo do Recife, Nascedouro de Peixinhos, Limoeiro, João Pessoa, Natal, Jordão Baixo, Prado, Goiana etc. Todos saem de 07h em ponto!

Contatos:

Coordenação: 
81. 8887-1496 / 9428-4898 / 8649-8234
quilombo.cultural.malunguinho@gmail.com

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"O que significa Kipupa Malunguinho?" - Resposta.

Dois Malunguinhos incorporados se confraternizando. Esse é o espírito do Kipupa. V Kipupa Malunguinho 2010. Foto de Laila Santana.

"O que significa Kipupa Malunguinho?"

 "O que significa Kipupa Malunguinho?". Por essa pergunta ser muito frequente, decidi postar esse texto para sanar todas as dúvidas sobre os termos em línguas africanas e sobre esse evento religioso e cultural que acontece em matas fechadas ao som da percussão da Jurema Sagrada. Boa leitura.

Para ser logo direto, Kipupa significa união, agregação de pessoas, associação de indivíduos em prol de algum objetivo. Este termo também dá nome a uma localidade no Parque Nacional De l'Upemba (reserva de floresta tropical), próxima a cidade de Bukama, na antiga província de Katanga ao sul da República Democrática do Congo, no centro-oeste da África, que se formou pela agregação de refugiados da guerra civil para formarem um gigante quilombo de esperança e reconstrução de sua liberdade e identidade.

Observar no mapa, logo abaixo de Katanga o Lac Upemba, ao sul do país, proximidades do Parque Nacional De l'Upemba.


Em vermelho a indicação do Google Maps na cidade Kipupa, na extensa área de preservação do Parque Nacional De l'Upemba.


Malunguinho, vem do vocábulo Malungo que significa camarada, amigo, companheiro de bordo e de lutas. Estas duas palavras são pertencentes ao tronco lingüístico Kimbundo, língua falada em Angola, país de que vieram estes negros guerreiros. Malunguinho é o título dado aos líderes quilombolas pernambucanos que no século XIX fizeram ferver o Estado, em especial em toda Mata Norte, na luta por liberdade, reforma agrária e seus direitos. Este nome também é dado à Divindade patrona do culto da Jurema Sagrada, o Rei Malunguinho, que é caboclo, mestre e trunqueiro (Exú de jurema), tendo função essencial nessa religião de matriz indígena, praticada em especial no nordeste do Brasil.

Kipupa Malunguinho, portanto, significa a agregação de pessoas em torno dessa divindade e personágem da história negra e indígena de Pernambuco. Uma reunião de pensamentos em prol do fortalecimento e reconhecimento para a memória de nossos ancestrais que lutaram por nossa liberdade e pela perpetuação das tradições religiosas que herdamos.


Essa festa nasceu em 2006 do anseio do Quilombo Cultural Malunguinho, e da idéia de Alexandre L'Omi L'Odò (Eu. E quem pesquisou, pensou e deu o nome) e João Monteiro, em "resgatar" e dar visibilidade a nossas lideranças históricas negras/indígenas negadas pela historiografia oficial, a exemplo do líder negro Malunguinho e tantos outros, destacando o papel de Pernambuco nas lutas e resistência negra no Brasil. Determinamos o mês de Setembro para realização anual do evento em homenagem ao último líder do Quilombo do Catucá, o João Batista que teve sua data de morte comprovada a partir de documentos existentes no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Foi em 18 de setembro de 1835, oficialmente informada sua morte.

Também, graças as pesquisas do PhD. historiador Marcus J. M. de Carvalho, em especial ao seu importantíssimo livro e tese "Liberdade, rotinas e rupturas do escravismo - Recife, 1822-1850", publicado em 1998 pela Ed. Universitária da UFPE, que nos inspiramos para a escolha do local onde a festa deveria acontecer - nas matas do Engenho Pitanga II, atual Abreu e Lima, que no passado chamava-se Maricota em PE. Essa localidade foi um dos pontos mais importantes de resistência do Quilombo do Catucá, que se estendia por toda Mata Norte do Estado, chegando até a cidadezinha de Alhandra, hoje na Paraíba. Também, local do assassinato em emboscada cruel desse último líder quilombola. 

Em 2007, nossa articulação, conseguiu aprovar a lei 13.298/07, a Lei Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana, a Lei Malunguinho, idealizada pelo Quilombo Cultural Malunguinho com diversas outras entidades dos movimentos negros e culturais e, apresentada e aprovada pelo Deputado Isaltino Nascimento do PT, que institui no calendário oficial do Estado uma semana para atividades relacionadas à Maluguinho e a cultura que o cerca, em especial a Jurema.

A partir da realização do I° Kipupa Malunguinho, ocorrido em setembro de 2006, um calendário permanente para comemorações e homenagens às lideranças negras históricas, foi fundando. 


A tradição do coco do Catucá, com a integração de diversos sacerdotes e sacerdotisas da Jurema e do candomblé, artistas, pesquisadores, políticos e estudiosos da cultura e das ciências humanas, além da comunidade onde acontece o vento, deu um novo fôlego aos movimentos, articulando inúmeras pessoas para pensar e vivenciar a cultura afro indígena pernambucana, com enfoque na valorização histórica desses personágens e divindades.

Zé de Teté e Mestre Galo Preto, cantando juntos coco no V Kipupa Malunguinho, 2010. Foto de Laila Santana.

O coco, como rítmo, música e dança forte em todo o nordeste, e também referência como rítmo sagrado no culto da Jurema, tem papel fundamental em todo esse processo. É o coco que anima a festa, que faz todos celebrar, que ajuda a todas e todos a vivenciar essas memórias e ideologias.

Assim, o objetivo do evento é manter viva a memória e história, além do imaginário que cerca toda essa cultura, construindo o sentimento de pertencimento e reconhecimento nacional a estes líderes negros e indígenas, através das discussões de temáticas sócios- educacionais,  culturais e religiosas, com a participação de toda comunidade, em especial os mestres e mestras da cultura tradicional e popular, pesquisadores (da academia ou não) e interessados, materializando em matas fechadas do antigo quilombo de Malunguinho uma possibilidade de imersão na experiência do corpo e espírito, através de debate, ritual (liturgia da Jurema) e o grande coco sagrado da mata, com mestres de renome como Mestre Galo Preto, Mestra Eliza do Coco, Mestre Ze de Teté, entre outros que tem na tradição cotidiana o contato com nossas matrizes fundadoras da identidade nacional.

Todo o evento é para homenagear e reconhecer Malunguinho, líder negro que elevou-se à divindade na Jurema Sagrada.

O Kipupa Malunguinho, Coco na Mata do Catucá é uma festa/evento única no gênero. Nele o participante poderá conhecer parte de nossa história que não está nas escolas nem nos livros. Poderá brincar e vivenciar coletivamente a experiência de adentrar nas tradições menos acessíveis ao público, por serem na maioria religiosas/culturais.

Todo roteiro da festa é feito para poder-se experienciar a vida daqueles negros e negras que ali (matas do engenho Pitanga II- Abreu e lima - Catucá) lutaram, viveram e morreram.


Hoje, após seis anos de realização da Festa, o Kipupa virou o encontro nacional dos juremeiros e juremeiras, trazendo gente de diversas partes do país para entrar nas matas sagradas. 

Entrada dos Juremeiros e Juremeiras na mata sagrada. V Kipupa Malunguinho, 2010. Foto de Laila Santana.

Quem quiser ver fotos e muito mais sobre o Kipupa Malunguinho e, saber informações sobre nossa entidade, entre em: 



Alexandre L'Omi L'Odò.
Quilombo Cultural Malunguinho
Coordenação
alexandrelomilodo@gmail.com

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Fontes:

Cultural Atlas of Africa. Andromeda Oxford Limited. 2004 The Brown Reference Group plc. (incorporating Andromeda Oxford Limited). 2007, Ediciones Folio, S. A. Rambla de Catalunya, 135, 08008 Barcelona.

Quintão, José Luiz. Gramática de Kimbundo. 1° Edição: 1934. Edições "Descobrimento".

Carvalho, Marcus J. M. de. Liberdade: rotinas e rupturas do escravismo no Recife. Ed. Universitária da UFPE, 1998.

Salles, Sandro Guimarães de. À sombra da Jurema encantada: mestres juremeiros na umbanda de Alhandra. Recife. Ed. Universitária da UFPE, 2010.

sábado, 10 de setembro de 2011

3ª Semana da Vivência e Prática da Cultura Afro-Pernambucana (Lei Estadual Nº 13.281/07 e Lei Municipal Nº 2.285/09). São Lourenço da Mata/PE








  3ª Semana da Vivência e Prática da Cultura Afro-Pernambucana
(Lei Estadual Nº 13.281/07 e Lei Municipal Nº 2.285/09).

Lendo, Re-Lendo e Vivenciando a História e Cultura Afro-Brasileira e Pernambucana
De 12 a 16 de setembro em São Lourenço da Mata – PE

PROGRAMAÇÃO

Segunda-feira   12/09

Abertura
08h – Desjejum
08h15min – Boas Vindas Cultural – Cantando e Declamando; Pelo Respeito a Diversidade Étnica-Política e Cultural de Pernambuco. 
08h35min – Composição da Mesa (Autoridades, Gestores e Lideranças)
09h Apresentação da Coleção História Geral da África
09h15min – Seminário “ Cultura Afro-Brasileira e Pernambucana no Currículo Escolar; Desafios e Perspectivas na Busca da Efetivação das Leis 10.639/03 e 11.645/08.  Com Inaldete Pinheiro – Escritora e Militante do Movimento Negro / Jorge Arruda – Secretário Executivo do CEPIR- Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnicorracial de Pernambuco / Coordenação do Fórum Permanente de Educação, Diversidade Étnicorracial do Estado de Pernambuco Estadual / Representante do NEAB-UFRPE.
11h Debate
11h30min Relato de Experiência ( Possíveis Parceiros Col. Anglo, Prof Cristina Marques (Rede Municipal de Ensino do Recife)  e Célia Cabral (Rede Estadual de Ensino de Pernambuco)
12h30min Encerramento / Sorteios
Local – Clube Ipiranga – São Lourenço da Mata
Público Alvo – Professores, Gestores, Coordenadores, Lideranças, Alunos dos Cursos de Formação de Professores.

19h Seminário “ Refletindo e Praticando  Educação Étnicorracial o Tempo Todo, Todo Tempo... 

Local: Auditório do CODAI
Público Alvo – Professores do EJA, Coordenadores, Gestores:
Apoio Secretaria de Educação de São Lourenço da Mata, Professora Cristina Marques Rede Municipal do Recife

Terça-Feira   13/09

13h30min Vídeo Debate – Exibição do Vídeo ¨Malunguinho,  Histórico e Divino
13h50min Debate – Comentários e Mediação Profº João Monteiro,  Coordenação Profª Marly

14h30min Hora do Conto – Personagem Mestre Zuavo ¨ Contando Histórias de Nossa História!
Com o Arte Educador Anderson Santos
Local – Escola Municipal Paulo Gomes – Lot. São João e São Paulo
Público Alvo – Alunos do Ensino Fundamental II, Professores, Gestores, Comunidade

Quarta-feira  14/09

18h30min Seminário Preparatório da 5ª Caminhada dos Terreiros de Pernambuco

Tema Caminhada dos Terreiros; Compromisso de Todos e Todas! Caminhando Juntos Contra a Intolerância Religiosa, o Racismo e Pelo Respeito à Diversidade
Exposição e Debate Coordenação da Associação Caminhada dos  Terreiros de Pernambuco
Mediação  Coordenação da Afro Educação
Local Câmara Municipal de São Lourenço da Mata
Público Alvo – Sacerdotisas, Sacerdotes, Membro das Religiões de Matriz Africana, Afro-Brasileira e Indígena; Jurema,  Umbanda, Simpatizantes.

Quinta-feira  15/09

09h Audiência Pública  ¨ Leis 10.639/03 e 11.645/08 Onde Estamos; Onde Queremos Chegar...
Desafios Para Efetiva Implementação ¨  Parceiros Vereador Profº Genildo Machado – Drª Maria Bernadete GT Racismo do Ministério Público de Pernambuco –  Profº Jorge Arruda Secretário Executivo do CEPIrR - Drº Manoel Moraes GAJOP – Profº José Amaro Secretário Municipal de Educação de São Lourenço da Mata  -  Coordenação Fórum Permanente de Educação, Diversidade Étnicorracial do Estado de Pernambuco
Local Câmara Municipal de São Lourenço da Mata – PE
Público Alvo – Comunidade em Geral

Sexta-feira 16/09

13h30min Mostra Cultural e Exposição  ¨ Comidas Populares que vem do Sagrado ¨
13h30min Abertura da Exposição, Boas vindas dos representantes das Casas de Religião de Matriz Africana, Afro-Brasileira e Indígena. 

14h30min Início da Mostra Cultural ( Possíveis Parceiros Coral Cantando Yorubá, Teatro Malunguinho, Coco , Maracatu, Frevo, Samba Regee,  Afoxé)
14h30min Apresentação do Coral
15h15min Afoxé
16h Capoeira
16h45min Maracatu
17h30min Coco de Roda
18h15min Samba Regee
19h Frevo
19h45min Encerramento
Local: Clube Ipiranga – São Lourenço da Mata
Público Alvo Comunidade em Geral

Apoio

Prefeitura Municipal de São Lourenço da Mata, CEPIR, Câmara Municipal de Sâo Lourenço da Mata, Vereador Genildo Machado, Ministério Público de Pernambuco, GAJOP, Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, QCM – Quilombo Cultural Malunguinho, Casas de Religião de Matriz Africana, Afro-Bresileira e Indígena, Núcleo Afro da Prefeitura do Recife, Diretoria da Igualdade Racial do Recife, Centro da Juventude de São Lourenço da Mata, PROJOVEM/SLM, SINDUPROM, Roberto o Amigo Fiel Presidente do Clube Ipiranga, NEABI/UFRPE, Professora Cristina Marques.

Atenção 

Todos os eventos são GRATUITOS e as inscrições para os seminários devem ser feitas através do email alexandredias358@gmail.com.   

Na exposição  ¨Comidas Populares Que Vem do Sagrado ¨  Haverá Degustação Grátis.

REALIZAÇÃO – AFRO EDUCAÇÃO 
COORDENAÇÃO - PROFº ALEXANDRE DIAS

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Publico aqui programação completa da III Semana de Malunguinho em São Lourenço da Mata/PE. É muito bom ver que um trabalho iniciado por nós do Quilombo Cultural Malunguinho esteja ganahando o mundo. Isso é bom para o povo negro e indígena do Brasil. Nos faz muito felizes ver que a Lei Malunguinho - 13.298/07, deu origem a uma lei municipal, de indêntico conteúdo, articulada pela Afro Educação, especialmente pelo Prof. Alexandre Dias, que deu seu sangue para ver a memória de Malunguinho também ser reconhecida em seu município. Parabéns e vamos vivenciar e praticar nossa cultura e religiosidade com consciência e discussão, contribuindo para a desmistificação dos valores afro e ind'igenas descendentes em nossa sociedade. Axé e Salve a fumaça do Reis!!


Alexandre L'Omi L'Odò.
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Malunguinho no Imaginário dos Pernambucanos - Escola Estadual Mariano Teixeira comemorando a Lei Malunguinho 13.298/07.


ESCOLA MARIANO TEIXEIRA
PROJETO DIDÁTICO
MALUNGUINHO NO IMAGINÁRIO DOS PERNAMBUCANOS

SEMANA DA VIVÊNCIA DA CULTURA AFRO-PERNAMBUCANA
12 A 16 DE SETEMBRO DE 2011

PROGRAMAÇÃO

12/09/11 - (13h30) Abertura da Exposição sobre a cultura Afro-Pernambucana
                  Local: rol de entrada da Escola Mariano Teixeira

12/09/11 – (14h às 16h) As manifestações da cultura negra e indígena
                    Palestrante: Célia Cabral da Costa Arruda
                    Local: CTE (Central de Tecnologia) da Escola Mariano Teixeira

13/09/11 – (14h10; 15h10 e às 16h30)
                  Apresentação doTeatro de Fantoches Baobá  
                  Tema: Malunguinho, o herói pernambucano
                  Local: CTE da Escola Mariano Teixeira

14/09/11 – (14h às 15h) Instituição Quilombo Cultural Malunguinho
                    Palestrantes: Alexandre L’Omi L’Odò e João Monteiro
                    Convidado de honra: Mestre Galo Preto
                   Local: CTE da Escola Mariano Teixeira

14/09/11 – (15h40) Apresentação de coco de roda
       Coordenadora Sueli Duarte e seus alunos
                  Local: CTE da Escola Mariano Teixeira

15/09/11 – (Turnos: manhã, tarde e noite)
                  Baú das Descobertas: releituras dos povos indígenas e africanos
                  cultura pernambucana, diversidade, ação, respeito e cidadania
                  Local: Biblioteca Clarice Lispector da Escola Mariano Teixeira

16/09/11 – (14h às 16h) Poetas negros/ Artistas pernambucanos
                   Palestrante: Célia Cabral da Costa Arruda
                  Local: CTE da Escola Mariano Teixeira

16/09/11 – (17h30) Apresentação de capoeira grupo SHALLON
                    Professor Marcelo
                    Local: pátio da Escola Mariano Teixeira 

 Apoio Institucional: Quilombo Cultural Malunguinho.


Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Axexê de Pai Edu - Nota Oficial do Palácio de Iemanjá

 
Pai Edu e Juliana Barbosa da Silva (Filha) em momento de discontração. Foto: Acervo Palácio de Iemanjá. 

Axexê de Pai Edu 
Nota Oficial do Palácio de Iemanjá

Antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas ao Povo de Terreiro em nome do Palácio de Iemanjá e dos filhos e filhas de Santo desta mesma casa; por todo transtorno causado em torno do Axexê de meu Pai, o senhor, Eduim Barbosa da Silva (Pai Edu).

Venho por meio desta, esclarecer “novamente” os fatos. Aproveito a oportunidade para além de anunciar a data oficial da realização do Axexê, e, também explicar o porquê da demora do mesmo. Contudo também, discorrer sobre a situação atual do Terreiro.

Logo digo também que o Palácio de Iemanjá já vinha enfrentando problemas há algum tempo, como muitos sabem, porém sem detalhes. Tais problemas que se agravaram com a convalescência (mais de quatro anos) e posterior falecimento de Pai Edu, triste fato ocorrido no dia 04 de maio de 2011. Sendo assim, essa citada situação foi parte fundamental das dificuldades de organização interna do egbé e causa fundamental do atraso na realização do Axexê.

Todo esse processo particular e interno do Palácio implicou em desagradáveis boatos e comentários a respeito da nossa conduta religiosa, expondo dessa forma, mais uma vez, a nós, do Palácio de Iemanjá, nos pondo em embaraçosas situações.

Além das já comentadas divergências e conflitos, o Terreiro também enfrenta um sério problema jurídico com a Prefeitura Municipal de Olinda, que se agrava a cada dia pela ausência de compreensão da importância histórica dessa casa e de nossa religião afro e indígena descendente. Mas, já estão sendo tomadas as providencias cabíveis, confrontadas por mim mesma.

Anuncio aqui o dia 10 de setembro de 2011, como a data oficial do Axexê do senhor Eduim Barbosa da Silva (Pai Edu), que será eternizado como grande Esá (ancestral ilustre) de nossa tradição, na citada data, renascendo assim para o Òrun.

O ritual será regido pela tradição Nagô de Pernambuco, pelos sacerdotes Jacy Felipe da Costa Pai Cicinho (Obá Rindé) e Paulo Braz Felipe da Costa (Omo Babá L’àiyé – Ifá T’Òogún), filhos sanguíneos do grande Esá Ojé Bíi (Malaquias Felipe da Costa), último sacerdote de pai.

Peço encarecidamente a todas e todos que quiserem participar do ritual, que se sintam a vontade para irem ao Palácio nesse dia, porém, como se trata da conclusão de um ciclo ritual fúnebre no candomblé, e não um evento público social, sendo uma “obrigação” que exige um significativo grau de seriedade e respeito, nós do Palácio de Iemanjá queremos que sejam obedecidas as regras de comportamento, ética e respeito para que sejam evitadas situações desagradáveis.

Por favor, irem todas e todos de branco absoluto, com roupas compostas. Para quem conheceu o querido Pai Edu e desejar presenteá-lo, podem levar comidas que ele gostava; bebidas que ele degustava e presentes que desejarem dedicar-lhe nessa liturgia.

O Axexê começará as 8h da manha e seguira pelo dia inteiro.

08 de Setembro de 2011.


Juliana Barbosa da Silva.
(Filha Caçula)
Palácio de Iemanjá – Olinda/PE
juliana.bison@gmail.com

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Publico aqui em meu blog texto oficial e integral da Nota do Axexê de Pai Edu. Foi-me solicitado tornar pública esta informação pelo Palácio de Iemanjá. Com prazer atendo este pedido carinhoso de todas e todos que estão na casa, lutando para conquistar dias melhores para a preservação da memória do Nagô e da Jurema de Pernambuco. Salve Pai Edu, peço meu Kolofé e Benção. Axé e salve seu Zé Pilintra na Jurema Sagrada.


Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Visita do Sociólogo Francês Michel Maffesoli ao tradicional terreiro de Jurema e Nagô de Dona Dora

 
 Ritual do Borí. Foto Alexandre L'Omi L'Odò.  

Visita do Sociólogo Francês Michel Maffesoli ao tradicional terreiro de Jurema e Nagô de Dona Dora

Registro aqui, momento importante para a história do Terreiro de Dona Dora. Com prazer, decidi escrever algo para marcar esse evento de articulação internacional do povo de terreiro com a academia francesa.

Na noite do dia 03 de setembro de 2011, o Terreiro de Oyá Egunitá (Oficialmente chamado de “Mensageiros da Fé”), foi realizada uma cerimônia de Borí (ritual de dar comida à cabeça). De forma inesperada, recebemos a ilustre visita do sociólogo francês Michel Maffesoli (informações sobre ele abaixo do texto), da universidade de Sorbonne, no Terreiro de Dona Dora, no Jordão Baixo/PE. O Quilombo Cultural Malunguinho, por ter um histórico de luta pela preservação dos valores culturais das religiões de matrizes indígenas e africanas (Jurema e candomblé, etc.), foi acionado na pessoa do historiador João Monteiro pela Dra. em antropologia e consultora do Museu do Homem do Nordeste/PE, Ciema, para apresentar uma casa tradicional ao francês. Também contamos com a presença da Dra. Danile Pitta, professora representante do tema "imaginário" na UFPE, que veio acompanhando o Sr. Maffesoli, para ajudar na tradução do francês para o povo do terreiro. Ambos foram muito bem recebidos pela hospitalar Dona Dora, que com simplicidade regeu o ritual do Borí juntou ao sacerdote Sandro de Jucá.

Professor Maffesoli e Professora Daniele Pitta, próximos a porta do Peji do terreiro. Foto Alexandre L'Omi L'Odò.

A cerimônia foi muito bonita. Casa cheia, visitantes de diversas partes do Brasil (MG, SP, BA), todos de branco presenciaram um dos rituais mais bonitos e complexos do culto aos Orixás.
Recém chegado da França, para um congresso de antropologia, o professor Maffesoli, assistiu uma parte do ritual com muita atenção e olhar técnico de análise. Embora que cansado, pois mal havia chegado ao Brasil, foi logo visitar o terreiro e ficou até mais da metade do ritual, que durou cerca de 3h. Muito simpático, deixou a casa acompanhado da Dra. Pitta, despedindo-se sutilmente, para não atrapalhar os rituais. Todo vestido de branco, respeitando as normas da casa, o professor saiu inspirado do local, levando boas impressões do culto aos Orixás em terras pernambucanas.

Michel Maffesoli. Foto de Alexandre L'Omi L'Odò.

O aspecto do poder feminino ficou muito evidenciado em todos os momentos do ritual. Iyalorixás como Mãe Terezinha Bulhões de Iyemojá, Mãe Nenzinha do Acorda Povo, Mãe Silvia de Iyemojá, entre outras patentes antigas da casa, contribuíram de forma ativa em toda liturgia. Esta ação das Iyalorixás mostraram de forma clara o papel imprescindível do axé da mulher no culto nagô.

A casa de Malunguinho (cancela), também foi apresentada ao sociólogo. Também foi informado sobre os eventos que estão por acontecer em breve, como o VI Kipupa Malunguinho e a III Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana - Lei 13.298/07. Ficou muito interessado em ir às matas, mas infelizmente seus compromissos o levaram de volta ao seu país muito cedo, não dando tempo para ele desfrutar outras experiências com a religiosidade negra/indígena de Pernambuco. Mas, ele voltará, esperamos. Pois o nosso "imaginário" é forte e tem força para ser discutido em nível amplo com a academia, junto ao povo de terreiro.

Um fato interessante foi quando duas pesquisadoras de outros Estados chegaram ao terreiro. Sem saber que o professor estaria lá, tiveram uma reação de surpresa. Pois jamais esperariam a presença de alguém tão importante naquela noite no terreiro. A mestranda Mariana (SP e MG), ficou muito impressionada. Tentou fazer tietagem, mas infelizmente não conseguiu tirar uma foto com um dos autores mais importantes das ciências humanas do século XX e XXI. 

Conversei um pouco com ele. Troquei algumas palavras em francês e lhe ofereci comida e água... Portanto, não aceitou, pois o dendê poderia lhe prejudicar, pela falta de costume de ingerir comida de terreiro.

 Da esquerda para a direita: Daniele Pitta, Michel Maffesoli, Pai Lula de Ogodô e Alexandre L'Omi L'Odò. (Desconsiderar data na foto). Foto de Sandro de Jucá.


Michel Maffesoli, João Monteiro e Daniele Pitta em frente ao terreiro. Foto de Alexandre L'Omi L'Odò.


Informações sobre o Professor:

Michel Maffesoli (Graissessac, 14 de novembro de 1944) é um sociólogo francês, considerado como um dos fundadores da sociologia do quotidiano e conhecido por suas análises sobre a pós-modernidade, o imaginário e , sobretudo, pela popularização do conceito de tribo urbana.


Antigo aluno de Gilbert Durand, é professor da Université de Paris-Descartes – Sorbonne. Michel Maffesoli construiu uma obra em torno da questão da ligação social comunitária e a prevalência do imaginário nas sociedades pós-modernas.


É secretário geral do Centre de recherche sur l'imaginaire e membro do comitê científico de revistas internacionais, como Social Movement Studies e Sociologia Internationalis.

Recebeu o Grand Prix des Sciences Humaines da Academia Francesa em 1992 por seu trabalho La transfiguration du politique.


É vice-presidente do Institut International de Sociologie (I.I.S.), fundado em 1893 por René Worms, e membro do Institut universitaire de France - I.U.F. (Fonte: Wikipedia).

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

Quilombo Cultural Malunguinho

Quilombo Cultural Malunguinho
Entidade cultural da resistência negra pernambucana, luta e educação através da religião negra e indígena e da cultura afro-brasileira!