Bablorixá e Juremeiro Raminho de Oxóssi. Foto de Laila Santana.
80 anos de vida do nosso Tata Raminho de Oxóssi
Hoje, 09/01, é o aniversário de um dos mais respeitados babalorixas e juremeiros do Brasil. O nosso Tata Raminho de Oxóssi.
Alguns dizem que ele completa 80 anos agora em 2016... Mas sua idade ninguém sabe ao certo pq ele nunca revela (rsrsrs).
Grande guerreiro da fé, é um dos mais antigos sacerdotes vivos em Pernambuco. Vindo das essências ancestrais do nagô de Sinhá e Iyá Iyá do Pátio do Terço/Recife, é guardião de grande saber religioso de matriz africana. Hoje comanda talvez o maior terreiro em estrutura física do nosso Estado, a Roça Oxum Opará e Oxóssi Ibualama em Vila Popular/Olinda, e tem uma comunidade de filhos e filhas que já se perdeu a conta (alguns falam mais de 4 mil) espalhados por todo mundo.
Hoje é babalorixá da Nação Jeje Nagô. Implantou de forma abrangente em PE este formato de religiosidade que virou referência.
Fundador do Afoxé mais antigo em funcionamento, o Ará Odé, compõe o Carnaval de Pernambuco levando as ruas o axé de seu povo com muita consciência negra e luta contra o racismo.
Pai Raminho também protagoniza há mais de 30 anos a Procissão de Oxalá, as Águas de Oxalá ou Lavagem do Bonfim de Olinda, que atualmente leva mais de 10 mil pessoas às ladeiras da cidade para louvar nosso grande Orixá, abrindo o ano religioso dos terreiros com muita União e mensagens de paz entre os povos.
Também foi fundador da Noite dos Tambores Silenciosos do Recife. Evento religioso de louvor aos ancestrais ilustres da tradição afro indígena. Esta talvez seja a atividade que ele sacerdotalmente dirige de maior visibilidade. Pois acontece na segunda feira de Carnaval em frente a Igreja do Pátio do Terço, levando dezenas de maracatus nação de baque virado e pessoas de toda parte do mundo para vivenciar este lindo e misterioso evento que encanta a todas e todos.
Seu currículo e historia nao dariam para escrever aqui. Afinal, pai Raminho é um patrimônio vivo da cultura afro indígena pernambucana e merece muito mais do que este humilde texto. Seu livro tem que ser feito. O Estado deve reconhecê-lo com maior dignidade. Ele é Mourão que Não Bambeia!
Sua bênção querido Tata. Obrigado por todos estes anos resistir e levar a frente o culto aos Orixás e a Jurema Sagrada. O senhor é parte d é minha história religiosa e serei eternamente grato.
Kolofé!!
Foto de Laila Swahili.
Alexandre L'Omi L'Odò
Historiador e Mestrando em Ciências da Religião
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com
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