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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

As leis Malunuginho e suas micro-histórias

As leis Malunguinho e suas micro-histórias

As leis Malunguinho, que são em número 06 até o presente momento no Estado de Pernambuco, nasceram a partir da luta política do Quilombo Cultural Malunguinho (@qcmalunguinho) em prol do povo de terreiro e da educação negíndia.

Para fortalecer a lei federal 10.639/03, que prevê o ensino da história da África e dos afro descendentes nas instituições escolares e demais locais de formação, foi pensada a Lei Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana 13.298/07, revogada e relocada na lei estadual 16.241/17, a Lei Malunguinho, que prevê uma semana de atividades dedicadas à memória do líder negro Malunguinho e tudo que esteja ligado a temática afro indígena.

 

Lei Malunguinho 13.298/07. Acervo Quuilombo Cultural Malunuginho e Casa das Matas do Reis Malunguinho.

Esta lei mãe, que serviu de modelo para as demais leis, acrescentou no calendário de comemorações de Pernambuco o quilombola Malunguinho e consequentemente a Jurema Sagrada como uma possibilidade oficial para debate, atividades escolares, eventos, caminhadas, etc.  A lei nasceu com a força afro indígena com apoio do deputado Isaltino Nascimento.

A celebração da aprovação e homologação desta lei, aconteceu no plenário central da ALEPE em 2007, sendo historicamente a primeira gira do povo de terreiro neste local, o mesmo que em 1835 mandou exterminar Malunguinho. O ilú bateu forte e a fumaçada do Reis Malunguinho reinou neste dia, registrando na história oficial de Pernambuco esse ato inédito até então.

Seguindo nosso exemplo, nasceu quase que simultaneamente a lei municipal de Olinda - 5591/2007, que perpassou também pelo Quilombo Cultural Malunguinho e foi parida para fortalecer a estadual.

Lei Malunuginho de Olinda 5591/2007. Acervo Quilombo Cultural Malunuginho e Casa das Matas do Reis Malunguinho.

Unindo-se a este movimento em defesa da educação negríndia, nasceu a do município de São Lourenço da Mata - 2.285/2009, aprovada com total apoio e articulação da instituição Afro Educação, do professor Alexandre Dias e Carlos Alberto. Também houve celebração na Cidade, seguida de anualmente vários eventos provindos dela.

Leu Malunguinho de São Lourenço da Mata, nº 2.285/2009. Acervo Quilombo Cultural Malunguinho e Casa das Matas do Reis Malunguinho.

No município de Goiana, único a ter o Quilombo do Catucá oficialmente reconhecido na esfera federal, no distrito de São Lourenço de Tejucupapo, aprovou de forma silenciosa, afinal não sabemos como foi a articulação, a lei - 2.294/2015, que instituiu no calendário escolar da Cidade, o dia 18 de setembro para atividades em torno da memória de Malunguinho e toda sua luta. Um detalhe importante, é que só em 2024 que tomamos, nós e as lideranças do Quilombo do Catucá, ciência da existência dessa lei.

Lei Malunguinho da Cidade de Goiana (Mata Norte de Pernambuco), Nº 2.294/2015. Acervo Quilombo Cultural Malunguinho e Casa das Matas do Reis Malunguinho.

Em março de 2019, seguindo a corrente de luta, nasceu a de Recife - 18.562/2019, que foi proposta pelo vereador Ivan Moraes Filho, que me convocou para ampliar as perspectivas da lei e dando um nome mais completo, incluindo os povos indígenas nela entre outros parágrafos mais adequados ao tempo atual. Foi a Lei municipal da Vivência e Prática da Cultura Afro-indígena Pernambucana.

Lei Malunguinho do Recife, Nº 18.562/2019. Acervo Quilombo Cultural Malunguinho e Casa das Matas do Reis Malunguinho.

Em dezembro de 2019, foi aprovada a Lei Municipal de Vivência, Prática da Religião, Cultura e Tradições Afro-indígenas de Igarassu - 3.164/2019, articulação também do Quilombo Cultural Malunguinho com lideranças locais da Cidade, como Gilmar Kaya Ngongo e Diviol Lira.

Lei Malunuginho da Cidade de Igarassu, Nº 3.164/2019. Acervo Quilombo Cultural Malunguinho e Casa das Matas do Reis Malunguinho.

Em meio a isso tudo, conseguimos articular a instituição do nome de Estrada de Malunguinho em uma via rural de longa extensão que se inicia no final da avenida Santa Catarina, no cruzamento de acesso à barragem da COMPESA, no Rio Utinga, exatamente nas coordenadas 7º52’20.7”S – 34º5525’9”W, seguindo o curso do Rio Utinga até a divisa com a Cidade de Abreu e Lima. Esta via não fora nominada até então, cabendo-nos argumentar e incluir na Lei Orgânica da Cidade mais esse avanço em homenagem à memória do Reis Malunguinho, garantindo a perpetuação do nome desse líder em órgãos oficiais. Todo o entorno do Rio Utinga, fora Catucá na primeira metade do século XIX, e via de fuga desses quilombolas.

Já houveram muitas atividades ao longo dos anos nas escolas públicas. As que mais se destacaram foi o EREM Mariano Teixeira que durante 12 anos realizou a lei Malunguinho com a força da Professora Célia Cabral e no EREM Cândido Duarte, que até hoje tem o Núcleo Malunguinho de pesquisa que realiza anualmente diversas atividades utilizando essas leis. O professor Rodrigo Correia, leva com muito afinco este trabalho. Toda essa movimentação foi profundamente estudada na dissertação de mestrado “Malunguinho na aula é Reis – perspectivas para uma educação contra colonial, do mestre e doutorando em antropologia Henrique Falcão.

Alguns já chegaram a dizer que essas leis são inúteis, pois não se realizam no Estado de forma ampla. Discordamos veementemente, pois as leis estão aí pra serem realizadas por quem desejar, assim como são por diversas pessoas que inclusive as incluem em seus projetos. Pena não terem orçamento previsto, grande deficiência delas, mas o argumento que elas oferecem é histórico e oficial, podendo servir para realizarmos qualquer projeto, na escola ou fora dela, nos terreiros, nos espaços públicos, etc.

Um erro corriqueiro de percepção sobre o dia 18 de setembro, como data comemorativa, deu-se a partir da lei estadual 13.298/07, pois nela se afirma que esta data teria sido o dia que Malunguinho teria sido morto em combate, e isso não é verdade. A data de 18 de setembro, configura do dia da comunicação do assassinato em combate cruel do Malunguinho João Batista, podendo o mesmo ter sido morto dias, semanas ou até meses antes, levando em consideração que os comunicados escritos demoravam muito a serem oficializados devido a logística geográfica e de condições diversas da época. Na lei ficou esse erro, devido à falta de compreensão de quem a redigiu em 2007. Após aprovada, ficou ali este equívoco de interpretação que não condiz com os fatos históricos de fato.

Outro equívoco muito comum é achar que o Malunguinho João Batista, o último a ser derrotado no Catucá em 1835, teria sido o mais relevante. Mesmo sendo famigerado e muito citado nas documentações, o Malunguinho mais importante e que teve sua cabeça colocada a prêmio pelo maior valor pedido pela cabeça de um negro escravizado na época (100 mil-réis) foi o possível primeiro e mais poderoso de todos os Malunguinhos, morto em 1829.  

Sobre a história desse grande líder negro temos muito o que debater. As leis Malunguinho foram construídas para fortalecer a luta, e assim conseguimos. Em 2025 até uma Escola de Samba do RJ do grupo especial, a Unidos da Viradouro irá dar sua interpretação da história de Malunguinho. Vejam até onde conseguimos chegar com um trabalho realizado há pelo menos 20 anos atrás. São inúmeros os documentários, textos, fotos do Kipupa Malunguinho, teses, dissertações, TCC’s, projetos, desfiles, homenagens, CD, etc. A partir do Quilombo Cultural Malunguinho muito se conseguiu registrar para ajudar na preservação da memória da luta por liberdade do Quilombo do Catucá.

Malunguinho sempre esteve vivo! Continua mais forte que nunca. Vivo nos terreiros, na história e nas leis. Nenhuma entidade ou divindade da Jurema chegou a ter esse privilégio. Queremos que mais histórias saiam do ostracismo branco e venham para nosso mundo nos educar e empretecer e indigenecer nossas vidas, mentes, corações e ações.

Sobô Nirê Mafá Reis Malunguinho!

Triunfa Riá!

Saramunanga Cipopá!

#malunguinho #leimalunguinho #reismalunguinho #catucá #juremasagrada #catimbó #educação #alexandrelomilodo #brasil #olinda #recife #pernambuco #igarassu #sãolourençodamata #goiana #quilombos #quilomboculturalmalunguinho #casadasmatasdoreismalunguinho

Alexandre L'Omi L'Odò

Quilombo Cultural Malunguinho

alexandrelomilodo@gmail.com

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Chico Science - 15 Anos Depois - Documentário genial



Chico Science - 15 Anos Depois  

Após 15 anos sem o querido Chico Science, a MTV fez um documentário muito legal que merece ser visto por todos os fãns e não fãns de Chico. Pela primeira vez vi uma montagem tão bem pesqusiada dos vídeos e falas da carreira deste grande gênio da música mundial dos anos 1990. Saudades muitas, por isso posto aqui este trabalho brilhante. Salve a fumaça!

Visite o vídeo no site da MTV: 


Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

GALO PRETO_ ONDE OS MESTRES AINDA CANTAM - MATÉRIA PARA A REVISTA FF>> MAG!

Imagem digitalizada da página 71 da revista ffw>> mag! n° 29, Jan. de 2012. Foto: Renata Mein.

GALO PRETO_ ONDE OS MESTRES AINDA CANTAM

Por Zeca Gutierres

 Um galo preto, que ficou sem cantar durante décadas, decidiu levantar a crista no alto de seus 76 anos e volta a ciscar no terreiro da música popular pernambucana. Tomaz Aquino Leão, o Mestre Galo Preto, ficou conhecido nos anos de 1970 – freqüentou os programas de Chacrinha e de Flávio Cavalcanti e fez parceria com um monte de gente famosa, até com Dercy Gonçalves. Sumiu por décadas até voltar ao batente com o retorno do coco-de-roda na cultura do Estado em que nasceu. “O Jackson do Pandeiro já cantava o coco, assim como Luiz Gonzaga. Mas agora o gênero voltou a se tornar popular e aproveito esta boa fase para mostrar minha arte”, diz o senhor muito bem-vestido, na estica, simpático e cheio de memórias para contar. 

Mas como o povo do Sudeste reconhece o tal coco? “Para começo de conversa, o coquista não é um homem culto. Ele aprende a cantar em rodas espalhadas pelo interior do Estado e trabalha em cima da improvisação. E o coco, propriamente dito, é uma dança, uma das tantas brincadeiras do nordestino, como a ciranda, o maracatu e o caboclinho”, ensina.

Galo Preto, que não gosta do título de “mestre” (“prefiro ser aluno, porque estou sempre aprendendo”), vem de uma família de repentistas e recebeu o apelido do irmão mais velho, quando tinha 6 anos. “Eu quis brigar com ele, que retrucou: “Este galo preto tá bravo demais...’.” Começou a inventar música aos 12 anos, já com o batismo consumado, e hoje, aos 76 anos, o coquista e embolador tem shows programados no Brasil e no exterior.

Um de seus últimos trabalhos foi uma letra para uma campanha do governo do Estado contra a AIDS. “Explicaram para mim como se pega, combate-se e também a maneira de não contrair a doença, e criei uma música para a campanha, que virou um documentário, que diz: ‘procure se proteger / Quem usa o preservativo não pega o HIV / A AIDS não pega no beijo, nem no aperto de mão / Não pega no assento do banheiro, nem no da condução...’ ”, canta o bamba.

Natural de Bom Conselho, usa um pandeiro com um galo preto desenhado. “Quando voltei a trabalhar, nestes últimos anos, foram fazer uma pesquisa e descobriram por fotos muito antigas que o meu pandeiro tinha um galo preto desenhado”, conta o coquista, que não perdeu tempo em apresentar o filho, Telmo Anum, como sucessor de seus versos, mas com um estilo, digamos assim, mais universal.
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Texto em Inglês:

GALO PRETO: WHERE MASTER STILL CROW_
A black rooster, silent for decades, hás decided to Begin crowing again. From the height of his 76-years of age, Mestre Galo Preto (roughly translated, Master Black Rooster) has returned to perch over the popular music scene in Pernambuco. Born Tomaz Aquilo Leão, He earned fame in the four corners of Brazil during the 1970 – He was on television shows like Chacrinha and Flávio Cavalcanti, and collaborated with loads of famous people, even with Dercy Gonçalves.

Then he disappeared for decades before returning to the scene, involved in the coco-de-roda culture of his home state. “Jackson do Pandeiro, Who is from my generation, already sang the coco, as did Luiz Gonzaga. Right now the genre has seen a comeback and I’m using the opportunity to show people my talent in singing and playing. In truth, I sing everything, coco, ciranda, forró..” explains the well-dressed, friendly man with a thousand stories to tell.

But how can people from other parts of Brazil recognize this ‘coco’? “In the first place, the coco Singer is not generally a well-educated man. He learns to sing in the music circles of the heartlands, and works with improvisation. The coco is in fact a dance, a playful game played by northeasterners, like the ciranda, maracatu and caboclinho”, He clarifies.

Galo Preto, Who doesn’t much like the title ‘master’ (I prefer to be called a student, because I AM constantly learning), hails from a family of repentistas, or rhyming poets.his older brother gave him the nickname when He was 6 years old. “I wanted to fight him, and He teased me, saying ‘The black rooster is angry, is He?” He began writing his own songs when He was twelve years old and today, at 76, this embolador has live shows scheduled all over Brazil and abroad. One of his latest taks was writing the words to a government anti-AIDS campaing. “They explained to me how its transmitted, how its fought and how to prevent it, and I made up a song about it, which has become a documentary. The words go: ‘Procure se proteger / Quem usa o preservativo não pega o HIV / A AIDS não pega no beijo, nem no aperto de mão / Não pega no assento do banheiro nem no da condução...’”, (Protect yourself / wear a condom and you won’t get HIV / You don’t catch AIDS from kissing or shaking hands / Not from a toilet seat or on the bus...”) Galo Preto switches his pandeiro from hand to hand effortlessly, mid flow, and is moved by the confidence and skill present in his verses. 

He was Born in the Pernambuco city of Bom Conselho, and his pandeiro has a drawing of a black rooster. “When I came back to work, these past few years, people were researching and discovered old photographs from my childhood where I had a black rooster drawn on my pandeiro. So I adopted the symbol once again,” says this charmer. He introduced us to his son, Telmo Anum, as the seccessor of his work, albeit it with a more modern catch that befits the new generation of musicians from Pernambuco.

Link para o site da Revista ffw>> mag!:  

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Publico aqui matéria da revista internacional ffw>> mag! n° 29 de janeiro de 2012. Com o tema "Pernambuco - Beleza em Estado Bruto. A revista trouce diversas matérias e fotografias de artistas da terra, entre eles o estimado Mestre Galo Preto, onde na página 71, mostra um pouco de sua história e sabedoria. Com fotos de Renata Main e reportagem de Zeca Gutierres, as matérias com os artistas pernambucanos nos envolvem completamente. Entre eles o Siba Veloso, o Naná Vasconcelos e a maravilhosa Selma do Coco. Boa leitura. Visite: www.myspace.com/mestregalopreto

 
Alexandre L'Omi L'Odò
Produção do Mestre Galo Preto
alexandrelomilodo@gmail.com

sábado, 27 de agosto de 2011

Brazilian Reggae Music - No Eufrásio Barbosa dia 03/09!!


Brazilian Reggae Music - No Eufrásio Barbosa dia 03/09!!


Publico aqui, a pedido de Laura, uma argentina linda que se tornou parceira, o evento que a tras de volta às terras pernambucanas para poder nos vermos mais uma vez com muito Reggae!! Imperdível e só 20 reais... Ó o texto ai embaixo... Publiquei integral como ela mesmo escreveu. Muito bom.
 
"Levei a sério o "VOLTE SEMPRE" de vocês, jijiji, espero vocês lá(no Eufrásio)  comigo nessa noite especial. Dia 3/9  acho que vou chegar em Recife e posso vender antecipadas pessoalmente, outra boa desculpa pra ver vocês!

Man vê Que PROMOÇÃO: Os primeiros Ingressos Ganham um Cd. Duas das atrações nacionais mais pedradas, que nunca tinham apresentado seu trabalho solo em Recife depois de sairem da banda que fundaram, Leões de Israel, Solano e Dada se apresentarão pela primeira vez na em PE. Se tu bebes tu tens SKOL ou DEVASSA à R$3,00! Se não bebes, tens água, suco ou refrigerante por um preço acessível, sem exploração. Se tu comes carne vermelha, galinha essas coisas tu tens acesso a isso por um preço acessível. Se não comes carne, tens comida Natural ( I tal), culinária Rastafari, de excelente qualidade por um preço acessível. Nos intervalos das bandas, se quiseres descançar ao ar livre, tens o jardim do Eufrásio. Se não quiseres a VJ Laura, da Argentina, vai estar rodando uns vídeos bem massa ao mesmo tempo que o Dj Ras Oreia bota um som roots. Além disso, a Tabacaria Boa Vista estará sorteando uns "brinquedinhos" e acessórios pra quem fuma. Sem contar com o TRATAMENTO, sim irmão, o tratamento é o X da questão, porque essas pessoas que estão fazendo esse evento, tocam, vivem e gostam de Reggae e não querem só teu dinheiro não mano, querem te receber bem e fazer com que você volte pra casa feliz da vida e satisfeito de ter curtido ao máximo a noite tanto pelas atrações, pelo acesso que você tem ao que quer consumir (PREÇO $), pela não superlotação do local (não serão vendidas mais do que 2500 entradas), como também pelo cuidado que nós temos com o público. Você vai sair de lá realizado e dizendo: Graças a Deus que eu posso apoiar essa idéia. Resumindo: 20 reais por isso tudo é uma tremenda Promoção!!!"

Gracias Alexandre.
Laura. 

Alexandre L'Omi L'Odò
alexandrelomilodo@gmail.com

sábado, 4 de setembro de 2010

O que é consciência negra para você?

Consciência Negra em Cartaz
www.consciencianegra.com.br

A Campanha Consciência Negra em Cartaz:

Um dos meus cartazes na campanha, vote!

“O que é consciência negra para você?”
O Governo do Estado de São Paulo, por meio de sua Secretaria de Estado da Cultura, lança a Campanha Consciência Negra em Cartaz.
A “consciência negra” é um dos mais emblemáticos discursos produzidos pelo movimento negro brasileiro e internacional desde a década de 1960. Este discurso visa fazer com que o cidadão consciente, negro ou não, deve informar, conscientizar os cidadãos não esclarecidos sobre o racismo, a violência, a discriminação que os negros sofrem no Brasil e fora dele, inclusive na África.

Mestre Galo Preto. Foto de Roberta Guimarães. Cartaz criado por L'Omi. Vote nele na campanha

A “consciência negra”, hoje em dia e nesta campanha, em especial, não é um patrimônio exclusivo do movimento negro, nem tão pouco dos negros militantes, mas de todos (brancos, amarelos e indígenas) os indivíduos e grupos que lutam pela melhoria das condições sociais, econômicas e psíquicas da população negra.

Ao participar desta campanha, você estará dizendo o que é “consciência negra” para você, para os seus parentes e amigos, para o mundo que te envolve. Assim, conscientizará pessoas conhecidas e desconhecidas sobre a necessidade de se construir um mundo menos violento, mais fraterno, mais democrático e republicano.

Objetivos

O objetivo desta campanha é realizar uma discussão sobre as várias questões que envolvem a temática da consciência negra. E tal discussão será realizada através da elaboração de uma peça gráfica, o cartaz, buscando com isso o envolvimento e reflexão da população sobre o tema sugerido através da seguinte pergunta: “O que é consciência negra para você?”, as várias respostas a essa questão deverão aparecer expressas nas ideias dos participantes.

Mestre Galo Preto e o Galo do pandeiro. Foto de Roberta Guimarães. Cartaz criado por L'Omi.

Participação

Os participantes deverão ser pessoas físicas, de qualquer idade, residentes ou não no estado de São Paulo. Poderão participar designers gráficos, publicitários, artistas plásticos, estudantes e o público em geral. A inscrição poderá ser feita em nome de uma pessoa ou equipe.

O que é um CARTAZ?

Cartaz é uma peça gráfica fixada em lugares públicos contendo informações, divulgação de eventos culturais ou de campanhas sociais. A compreensão de sua mensagem deve ser imediata. As imagens e palavras devem ter uma força expressiva.

Blog Consciência Negra

Os participantes podem buscar informações e referências sobre cartazes no site da Campanha “Consciência Negra em Cartaz”, www.consciencianegra.com.br.

Minha frase na campanha, vote!

No site, teremos o “Blog Consciência Negra”, onde estarão disponibilizados os mais variados conteúdos, explicações, exemplos, bem como mostras virtuais de cartazes temáticos, para que os participantes, inscritos ou não na campanha, possam ir informando-se sobre o já realizado e proporem suas próprias idéias na linguagem visual que preferirem.
A pergunta-tema, “O que é consciência negra para você?”, serve de inspiração para a confecção livre do cartaz. Os cartazes podem ser realizados utilizando-se somente palavras ou palavras e imagens. Os participantes que optarem pelo uso só de palavras podem utilizar vários tipos de desenhos de letras, variações de cor e tamanho. Caso a opção seja também pelo uso de imagens, estas podem ser desenhos ou fotos.

**Dica para votar em meus cartazes:
Entre no site http://www.consciencianegra.com.br/, clik no link "As Mais Votadas" e espere aparecer um dos meus 3 cartazes que estão concorrendo. Clik em um deles e você poderá ver os três em uma só página, daí é só votar a vontade! Ajuda galera, Pernambuco tem que levar essa.

Alexandre L'Omi L'Odò
alexandrelomilodo@gmail.com

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Filme/documentário "Galo Preto, O Menestrel do Coco" na MIMO 2010

Site da MIMO 2010. www.mimo.art.br

Esta será uma chance impredível, antes do lançamento oficial, de todas e todos verem o filme/documentário "Galo Preto, o Menestrel do Coco" 50'min. De Wilson Freire 2008.

Data: 05/09/2010
Hora: 18:00

Local: Seminário de Olinda (Olinda/PE)


Breve resenha:


Direção:Wilson Freire
Pesquisa e Produção: Alexandre L'Omi L'Odò
O filme/documentário, "Galo Preto, o Menestrel do Coco", do cineasta Wilson Freire, conta a história do senhor Tomaz Aquino Leão, Mestre Galo Preto, que é o último representante vivo e ativo da tradição do coco do quilombo de Santa Isabel e da tradição de sua família.

Veja direto no Link: http://www.mimo.art.br/programacao/filmes_view/20

Alexandre L'Omi L'Odò
Produção do Mestre Galo Preto.

81. 8887-1496

alexandrelomilodo@gmail.com

domingo, 30 de maio de 2010

Mestre Galo Preto embola na XIII FENART - PB



Galo Preto, mestre pernambucano do coco, fala sobre quando conheceu Sivuca e Jackson do Pandeiro

Na última sexta-feira o Cine Banguê exibiu o documentário "Galo Preto - O Menestrel do Coco", sobre o embolador, repentista, sambista e cantor de coco Galo Preto, de Pernambuco. No filme, Galo Preto conta que conheceu Sivuca aos 12 anos de idade.

Link do post no site do FENART: http://funesc.com.br/fenart2010/index.php?option=com_content&view=article&id=1323:galo-preto-mestre-pernambucano-do-coco-fala-sobre-quando-conheceu-sivuca-e-jackson-do-pandeiro&catid=114:blog

Após a linda exibição do filme/documentário "Galo Preto, o menestrel do coco" 47'min. de Wilson Freire, os cineastas, produtores, documentariastas e os premiados do festival se reuniram para parabenizar o Mestre Galo, o público em geral adorou e aplaudiu de pé o média metragem que traz muita historia importante sobre o coco e muitas surpresas sobre da caminhada de vida deste Mestre pernambucano.

Em breve realizaremos o lançamento oficial deste filme em Pernambuco.

Alexandre L'Omi L'Odò.
Produção do Mestre Galo Preto.
alexandrelomilodo@gmail.com

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Casamento gay em Pernambuco, uma evolução de nossa sociedade.


Recife - 04.09.09

União gay. Por duas boas causas

Publicado em 04.09.2009, às 18h21

Do Jornal do Commercio Matéria publicada a 0h desta sexta-feira

Os noivos Zezinho e Turíbio Santos
Os noivos Zezinho e Turíbio Santos
Foto: Alexandre Belém/JC Imagem

O casamento dos arquitetos Turíbio Santos e Zezinho Santos desperta na sociedade pernambucana reações tão distintas quanto desespero e surpresa. Desespero de um certo empresário que, ao ver passar os dias e não chegar em sua casa o cobiçado convite, já ameaçava: “Eu vou de qualquer jeito, nem que tenha que comprar a senha de alguém”. Surpresa da funcionária doméstica de outra residência que, ao perguntar curiosa à patroa quem ia casar e obter a resposta, apenas murmurou: “Jeová!!!!! E isso já chegou por aqui?”. É assim, em meio ao desdém de uns, à admiração de outros e à completa indiferença dos noivos por tanta celeuma que acontece aquela que já é chamada de “a união da década”.

Zezinho e Turíbio trocam votos hoje, às 17h21 – horário romanticamente escolhido por ser o ápice da lua cheia – no espaço de eventos Coudelaria Souza Leão. Dividindo o mesmo teto desde 2003, eles resolveram fazer a grande festa pelo mesmo motivo que move os casais heterossexuais: celebrar uma relação cheia de felicidade. “Conheço vários casais que moraram juntos, tiveram filhos e só resolveram casar quando eles já estavam crescidos”, afirmam numa só voz.

O que os casais heterossexuais não vivenciam, no entanto, é o forte simbolismo que espreita este casamento, uma ruptura na estrutura social tradicional provocada, ironicamente, pela vontade de fazer tudo conforme manda a tradição. “Crescemos vendo as pessoas expressarem a felicidade de estarem juntos através da cerimônia de casamento. Quando eu tinha 7 ou 8 anos já tinha consciência de quem eu era e me perguntava: será que algum dia vou poder ter isso com um homem?”, diz Zezinho, com a franqueza que é sua marca registrada.

E é assim que vai ser. Nada de balada gay, com garçom vestido de go go boy sem camisa e com gravata borboleta. O formato da cerimônia é tão tradicional quanto são as famílias dos noivos: Zezinho, descendente do patriarca João Santos, que fez fortuna com a indústria do cimento, Turíbio, filho de uma família de fazendeiros da cidade de São João dos Patos, no Maranhão, que aqui estará representada pela mãe Sílvia Santos (o pai já faleceu) e mais uma comitiva que se estende em faixa etária desde sobrinhos pequeninos a avós e tias-avós longevas.

Haverá marcha nupcial, cortejo de pajens e daminhas, fila de cumprimentos, 23 padrinhos, 800 convidados e bênção religiosa concedida pelo pastor Ricardo Nascimento, da Igreja Cristã Inclusiva. O cerimonialista Carlos Henrique Barbosa, responsável pelo andamento da celebração, confirma: “É tal e qual um casamento heterossexual, a diferença é que não haverá a presença feminina no altar. Fora isso, procedemos da forma solene como seria esperado num casamento deste nível”. As piadas são inevitáveis e, a elas, os noivos respondem com o fair play de sempre: “Quando perguntam quem vai carregar o buquê a gente responde que até pensou nisso, mas não encontrou nada que combinasse com nosso terno (Hermenegildo Zegna) e gravata (Louis Vuitton)” (risos).

A consciência de estar dando dois passos importantes – um em direção ao altar e outro rumo à condição de símbolos de uma causa – a da defesa dos direitos dos homossexuais e contra a homofobia – caminha ao lado deles. “Ninguém opta pelo caminho mais difícil. Ninguém se torna gay, é gay desde que vem ao mundo”, diz Turíbio, “Por que devo me desculpar ou esconder aquilo que nasci para ser?”, questiona. “O ativismo em prol da causa não é o que move a cerimônia, mas se esta exposição, de alguma forma, servir para ajudar aqueles que se sentem oprimidos pela sua condição homossexual, então, fico muito feliz por isso”, pontua Zezinho.

A lista de convidados talvez seja o exemplo mais concreto da diversidade que sempre existiu em todas as sociedades. “Ser gay não é credencial para ter sido convidado para este casamento. Todos os convites foram enviados levando em consideração o critério de proximidade e ligação afetiva. Devemos ter em torno de 15% de convidados gays. Sempre detestamos separatismo e nunca andamos em guetos”, atestam.

“Não é um casamento caricato, no qual acontece uma cerimônia de faz de conta com duração de cinco minutos para depois se cair na festa. Queremos ser levados a sério. Queremos mostrar que podemos, sim, por que não?,” questionam.

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Estou hoje muito feliz em ver em minha terra, tida como terra de altos índices do machismo brasileiro um casamento entre dois homens que se amam. sa´´udo com o Axé de Oxum e a força da Jurema esta união que não seja abalada por nada.

Parabens, a Zezinho e a turíbio e aos nossos direitos que devem ser todos iguais, amamos quem desejamos, vivemos como queremos! Uma salva de palmas para a liberdade, uma salva de palmas para a diversidade. Pernambuco sempre no protagonismo das mudanças do nordeste.

Alexandre L'Omi L'Odò.

É Bariká o!

Quilombo Cultural Malunguinho

Quilombo Cultural Malunguinho
Entidade cultural da resistência negra pernambucana, luta e educação através da religião negra e indígena e da cultura afro-brasileira!