Matéria do jornal Folha de Pernambuco de 14-07-2012. Caderno REGIONAL, p. 4. QCM na luta contra intolerância religiosa. Alexandre L'Omi L'Odò, João Monteiro e Carlos Tomaz.
RegionalAdeptos do Candomblé estão indignados
14/07/2012 - THOMAZ VIEIRA (jornalista)
Os
atos de vandalismo cometidos pela população na região do crime de
Flanio, de 9 anos, provocaram indignação entre os adeptos do Candomblé. O
coordenador do Quilombo Cultural Malunguinho (entidade que representa
os povos de terreiro e o povo negro), Alexandre L’Omi L’Odò, disse que o
órgão já se articula junto a instituições de Direitos Humanos e estuda
iniciar ação judicial coletiva por danos morais.
A grande reclamação dos religiosos é que os acusados pelo crime foram tidos como praticantes do Candomblé, o que não é verdade. “O Candomblé é uma religião que agrega muito as pessoas. Daí, indivíduos mal-intencionados usufruem disso para se aproveitar da carência das pessoas”, denuncia Alexandre. Ele conta, inclusive, que o processo de formação de líderes da crença é bem rígido e dura vários anos.
A grande reclamação dos religiosos é que os acusados pelo crime foram tidos como praticantes do Candomblé, o que não é verdade. “O Candomblé é uma religião que agrega muito as pessoas. Daí, indivíduos mal-intencionados usufruem disso para se aproveitar da carência das pessoas”, denuncia Alexandre. Ele conta, inclusive, que o processo de formação de líderes da crença é bem rígido e dura vários anos.
João Monteiro, Alexandre L'Omi L'Odò e Carlos Tomaz, Representantes do Quilombo Cultural Malunguinho. Foto de Hesíodo Góes.
Para o historiador
João Monteiro, o fato de a polícia ter apresentado, erroneamente, os
suspeitos como pais de santo teria causado a reação de ódio na
sociedade. “Quando a polícia prende esses marginais e os coloca com seus
títulos sacerdotais em vez de seus nomes, demonstra o despreparo dos
agentes no trato desses temas”, afirma. Ele aponta que o Governo
desenvolve um programa de combate ao preconceito dentro das instituições
públicas, mas que o mesmo não funciona adequadamente.
A associação do termo “magia negra” ao crime e à religião também revoltou os povos de terreiro. Para o membro do Fórum Estadual de Educação Étnico-Racial de Pernambuco, Carlos Tomaz, a expressão é, além de tudo, racista. “Mesmo que inconscientemente, tudo relacionado à etnia negra é tido como ruim”, reclama. O termo vem, na verdade, da Idade Média, das práticas de culto ao demônio originadas de religiões de matriz europeia.
A associação do termo “magia negra” ao crime e à religião também revoltou os povos de terreiro. Para o membro do Fórum Estadual de Educação Étnico-Racial de Pernambuco, Carlos Tomaz, a expressão é, além de tudo, racista. “Mesmo que inconscientemente, tudo relacionado à etnia negra é tido como ruim”, reclama. O termo vem, na verdade, da Idade Média, das práticas de culto ao demônio originadas de religiões de matriz europeia.
Devido as solicitações de disponibilisação do texto da matéria, digitei e posto aqui.
*Acima texto integral do jornal Folha de Pernambuco de 14-07-2012. Caderno REGIONAL, p. 4. Quilombo Cultural Malunguinho na luta contra intolerância religiosa. Na foto João Monteiro, Alexandre L'Omi L'Odò e Carlos Tomaz.
Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com
4 comentários:
O Quilombo Cultural Malunguinho responde pelo povo de terreiro e pelo povo negro??
Sr. Otoniel. O Quilombo Cultural Malunguinho responde sim pelo povo de terreiro e pelo Povo negro. Somos uma instituição que a dez anos vem realizando um trabalho sério em Pernambuco com estes dois públicos.
Assim como outras diversas instituição (pelo menos as sérias) podem tamb'em responder. Entendeu?
L'Omi.
Sim, agora ficou mais claro. Obrigado por responder!
Otoniel Mendes
Olá, você conhece algum Terreiro de Candomblé aqui em Brasília? Obrigada. Abss
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