Digitalização de maétira da Folha de Pernambuco de 13/07/2012 - Grande Recife.
Povo de Matriz Africana se Defende
Juliana Veras
E Thomaz Vieira
Diante da violência que o crime desencadeou a praticantes do Candomblé, o
estudante de Ciências Sociais da UFPE e membro da comunidade Xambá,
Guitinho da Xambá, afirma que rituais de sacrifício não fazem parte das
tradições religiosas do Candomblé. “Nossa religião só prega a paz”,
afirmou.
Guitinho avalia que parte da desinformação da sociedade sobre a religião
se deve à maneira como os meios de comunicação e os órgãos de segurança
pública tratam os casos. “A abordagem demonstra o desconhecimento
dessas pessoas em relação à nossa cultura. A associação desses rituais
ao Candomblé é errônea e o discurso dos agentes de segurança criminaliza
a religião”, alega. Ele acha, inclusive, que os oficiais envolvidos no
caso que deram entrevista à mídia deveriam se retratar publicamente pela
utilização distorcida dos termos.
A coordenadora religiosa das Caminhadas de Terreiros de Pernambuco, Mãe Eliza de Iemanjá, fez questão de ressaltar que as religiões de matrizes africanas não são adeptas do satanismo e repudiam esse tipo de ato criminoso. “Os povos de terreiros estão tristes e absolutamente perplexos com esse caso. É importante ressaltar que, em nossos ritos, nós reverenciamos a natureza, os rios, o mar, as florestas, o vento. Na nossa tradição, o ser humano, e especialmente a criança é o maior patrimônio. Não temos nenhuma relação com o satanismo. Essa é uma figura que sequer existe em nossa fé”, argumentou.
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Esta matéria é continuação da anterior de mesma data e jornal (Folha de Pernambuco de 13 de julho de 2012, cadeno Grande Recife). Após pressões os jornais começam a abrir espaço, mesmo que pequeno. Vamos reagir mais.
Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunuginho
alexandrelomildoo@gmail.com
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