Digitalização da chamada de capa do Jornal Folha de Pernambuco de 13 de julho de 2012.
Revolta contra rituais no Agreste
Disponibilizo digitalização da chamada de capa sobre o assunto do menino Flânio de 9 anos, assassinado brutalmente em suposto ritual macabro no Brejo da Madre de Deus, Agreste pernambucano.
Na matéria, podemos averiguar o quanto o povo de terreiro do Brasil está exposto à violências materiais/físicas e simbólicas sem sequer ter nada haver com os crimes executados por psicopatas que se passam por sacerdotes os sacerdotisas em nosso meio.
7 Terreiros foram destruídos por vândalos revoltados e instigados pelos rumores da mídia pernambucana (televisiva e escrita, também da polícia) em afirmar que o ritual (segundo depoimentos falhos dos suspeitos) seria de magia negra ou satanismo praticado com elementos materiais dos cultos de matrizes africanas e indígenas, como alguidais, garrafas de bebidas e outros objetos...
Ficou também evidente nas imagens expostas nas televisões que o local já era utilizado a muitos anos para rituais sagrados das matas do povo de terreiro. E os objetos ali encontrados em nada tinham haver com com o suposto ritual, já que todos os objetos se encontravam envelhecidos pelo tempo, não correspondendo ao período do crime praticado no local.
Isso só nos prova o quanto somos acusados intolerantemente e imergidos propositalmente em conceitos racistas e xenofóbicos pela sociedade brasileira que ainda alimenta o sentimento antigo de medo, desconfiança, e preconceito em relação a estas religiões, que pouco conhecem.
Quem pagará pelos crimes cometidos aos terreiros de Jurema, Umbanda e Candomblé daquela região? Cadê o Estado e o Ministério Público agora?
Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário