terça-feira, 7 de junho de 2011

Nota de Esclarecimento sobre Axexê do sacerdote Pai Edú

 "O primeiro a botar a cara nas ruas". Pai Edú cantando para Iemanjá em uma das suas procissões para este Orixá na década de 1970.

Nota de Esclarecimento sobre Axexê do sacerdote Pai Edú


Em virtude do falecimento do histórico e ilustre sacerdote do “candomblé” nagô e da Jurema/umbanda de Pernambuco, o Sr. Eduim Barbosa da Silva (Pai Edú), desagradável situação ocorrida no dia 04 de maio de 2011, venho prestar esclarecimentos e dar atenção devida, que o fato merece, sobre tudo no tocante a questões de seus rituais fúnebres (Axexê).

Houve, entorno desta situação, significativa exposição da minha casa (Palácio de Iemanjá), do nome do meu Pai e, também um considerável constrangimento da minha pessoa.

Eu, não apenas como integrante do “povo de terreiro’’, jovem de terreiro, nascida e criada no axé e na Jurema, mas também como filha de um respeitável e virtuoso babalorixá e juremeiro nato; tendo dessa forma o amplo poder de falar e agir em nome da casa sem qualquer intervenção de terceiros adjuntos. Logo declaro que nenhum tipo de ritual fúnebre (Axexê) foi realizado para meu pai AINDA, pois eu e os iniciados (Iyalorixás, Babalorixás, Babá kekerê, Egbomis, Ogans, Iyabás, Juremeiros e Juremeiros e umbandistas etc.) do Palácio de Iemanjá estamos nos organizando administrativamente e financeiramente para a realização dos rituais, além dos processos burocráticos que a casa precisa estabilizar.

A gravidade do fato se dá pelo envolvimento do nome do meu pai e logicamente o nome da casa de forma explicitamente desrespeitosa por parte de diversos integrantes dos terreiros, em especial alguns babalorixás conhecidos. Não citarei nomes, pois isso implicaria em agravar ainda mais uma situação que desgasta-se por si só e expõem nossas discussões sobre ética, moral e respeito na nossa religião. Expressando a ausência destas e a falta de escrúpulos de pessoas que tentam de qualquer forma, até mesmo as mais desesperadoras e bizarras, obter algum mérito através de meios não apenas desonestos e desrespeitosos ao povo de terreiro, mas também à MEMÓRIA DO MEU PAI e a essência litúrgica do nosso culto. Quero dizer que qualquer boato a respeito da realização do Axexê, que não tenha sido oficialmente comunicado pela casa, deverá ser totalmente desconsiderado.

Relato aqui a ocorrência de um fato antiético de uma pessoa que se mostra amplamente desprovida de senso comum de moral. Uma atitude que implicaria até mesmo numa representação de acusação em juízo por danos morais. Pois foi divulgada uma data e local inverídicos para o acontecimento do Axexê.

Digo também que NENHUM babalorixá entrou em acordo ou foi convidado por nós do Palácio de Iemanjá para fazer o Axexê. Pois este, será realizado por aqueles que tem a AUTÊNTICA  LEGITIMIDADE PARA FAZÊ-LO sendo eles os sacerdotes: Jacy Felipe da Costa (Pai Cicinho de Xangô) e o Sr. Paulo Brás Felipe da Costa (Omo Babál’àiyé – Ifá T’òógún). Pois estes senhores sendo da rama do Sítio de Pai Adão (Opeatoná) descendentes diretos do mesmo, e filhos biológicos de Malaquias Felipe da Costa (Ojé Bíi), último sacerdote de meu Pai, explicando assim o porquê da autonomia; pois meu pai foi iniciado no Sítio de Pai Adão por José Romão da Costa (Ojó Okunrin), tendo “renovado” o axé com o Sr. Malaquias, após o falecimento de Seu Zé Romão.

Peço encarecidamente que qualquer dúvida que tenham sobre estes fatos, sintam-se a vontade para entrar em contato com alguém da casa que possa verdadeiramente dar informações sem nenhum equívoco. E aproveito para dizer que nós do Palácio de Iemanjá, comunicaremos oficialmente via internet em breve a data e o local do Axexê.

Logo, pronuncio com a legitimidade jurídica que tenho na condição de filha que, não tolerarei mais nenhum outro tipo de abuso que constranja a Casa e desrespeite a memória do meu pai.

Digo também que a atitude de não citar nomes não tira a credibilidade desse texto, muito menos a veracidade do fato, pois a voluntária exposição se deu pela existência de provas materiais que comprovam o fato pelo constrangimento e danos morais.
  
Atenciosamente,

Olinda, 31 de Maio de 2011. 

Juliana Barbosa da Silva
81. 3429-1064 / 8871-0057

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Ha pedido de Juliana e das pessoas de sua casa, publico aqui esta nota. Em breve publicarei a data oficial do axexê. Axé e adupé.

Alexandre L'Omi L'Odò.
Quilombo Cultural Malunuginho
alexandrelomilodo@gmail.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Axé L'Omi. É isso mesmo, vc tem um papel fundamental na história do povo de terreiro de Pernambuco, todos sabem disso. Vc sempre nos dá a oportunidade de saber coisas sobre nossa religião, de forma limpa e decente. Parabéns e que o Egun de Pai Edú lhe cubra de felicidades pela ajuda que o senhor está dando a família dele e contribuindo para o povo antigo ter destaque no meio do axé e da jurema.

Axexê Mojubá.

Karmen Lins Souza - IPHAN - Brasília.

Quilombo Cultural Malunguinho

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Entidade cultural da resistência negra pernambucana, luta e educação através da religião negra e indígena e da cultura afro-brasileira!