terça-feira, 2 de novembro de 2010

Seminário Religiões de Matrizes Africanas e Indígenas na UNICAP, Abrindo o Mês da Consciência Negra com Vivência Prática!

Abertura do Seminário

A tarde do dia 01 de novembro de 2010 na UNICAP, dia de um imprensado em meio a um feriadão, levou a ciência da Jurema e o axé dos Orixás à sala 703 do Bloco "G" desta Universidade, para dialogar e elucidar estes temas com os presentes de forma a garantir a abertura do mês da consciência negra com verdadeira consciência e contribuição para o fim do racismo e da intolerância religiosa xenofóbica da sociedade brasileira para com os negros e índios e, as religiões de matrizes africanas e indígenas.

Contando com a participação especial do Professor Jayro Pereira de Jesus, teólogo da religião de matriz africana e indígena, e presidente da ATRAI- Associação de Teólogos e Teólogas da Religião de Matriz Africana e Indígena, o seminário que contou com uma metodologia dinâmica, cheia de sons e cores, elementos religiosos e poesia, levou às mentes curiosas e olhares de estranhamento dos alunos e participantes parte importante das informações teológicas, históricas e culturais destas religiões. Com a coordenação do professor Vanderlei Lain, o seminário se desenvolveu com forte direcionamento ao contexto atualizado e de qualidade de bibliografias sobre o tema e contou ainda com a experiência religiosa do aluno Alexandre L'Omi L'Odò e do Professor Sacerdote Jayro, pois ambos são iniciados aos Orixás e à Jurema Sagrada, tendo forte militância política educacional nessas, em âmbito nacional.

Contando com a dinâmica artística (recital e performance), colocando em pauta as discussões de Castro Alves sobre o escravismo, através de sua poesia "O Navio Negreiro", o grupo garantiu a atenção de todas e todos, que intervieram com perguntas e explanações. Um forte ponto do encontro foi o momento que a aluna de Direito Alice Barbosa colocou sua experiência pessoal e familiar sobre o tema, expressando seu sentimento e mudança após ter entrado em contato com o universo afro brasileiro e indígena, mudando seu pensamento e rediscutindo preconceitos seus a muitos não resolvidos. Foi interessante e verdadeiro seu depoimento.

Os organizadores do evento, prepararam um presente muito especial para distribuir com todas e todos: Copias do Documentário "Atlântico Negro, Na Rota dos Orixás", do diretor Renato Barbieri e pesquisa de Victor Leonardi. O filme traz a discussão sobre as origens do candomblé, a história do negro, o período escravagista, a luta por liberdade de negros e negras no Brasil, brasileiros descendentes de africanos retornados à África (os Agudás) e, concretiza um diálogo e troca de saberes entre o Pai Euclides (Talabian de Lissá) sacerdote da casa Fanti Achanti no Maranhão com um sacerdote do culto fon de Benin. Escolhido como material imprescindível para contribuir no aumento de saberes sobre a história e cultura do povo negro, este material pedagógico, educativo e transformador foi exibido em silêncio durante as falas da palestra, dividindo por vezes a atenção dos presentes entre as falas e as imagens na TV do pequeno auditório multimídia.

Finalizando os trabalhos, depois das grandes discussões do tema, a poesia "Navio Negreiro" voltou a ser recitada com a participação especial do músico, poeta e fotógrafo Adeíldo Massapê que com muita sabedoria dividiu a cena com L'Omi. O vinho sagrado da Jurema foi destribuido entre todos presentes, configurando um momento de comunhão com o sagrado indígena, ato que levou todos e todas à aproximarem-se para experimentar a deliciosa bebida junto a fumaça comunicativa do cachimbo de mestre da Jurema.

Publico as fotos aqui para informar visualmente todo processo do evento.
Fotos de Izabella Cabral de Mello, aluna do curso de História da UNICAP. Meus agradecimentos!
Divirtam-se!

Alexandre L'Omi L'Odò, abre as discussões com louvação à Jurema Sagrada, com Fumaça de cachimbo e maracá.
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A Poesia "Navio Negreiro" de Castro Alves foi escolhida para abrir com uma performance de percussão e recital de Alexandre L'Omi L'Odò.
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Alexandre L'Omi L'Odò explicando a "Diáspora Negra".
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Em foco o País Mossambique, local que também foi incluído no tráfego negreiro para o Brasil.
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Setas indicam as localidades que os Tumbeiros (Navios Negreiros) traziam os negros e negras para o "Novo Mundo". Em foco, a ceta que aponta da Nigéria, Togo e Benin para Pernambuco.
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Texto "Sankofa e o Equívoco sobre África Distintas e Desconexas" do Livro Sankofa, a Matriz Africana no Mundo, da autora Elisa Larkin Nascimento (pág. 46 à 51), foi lido na íntegra pelo Marcelo Carrilho.
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O tema "Xangô de Pernambuco", ou Nagô do Recife foi fortemente discutido na apresentação, mostrando o valor marcante desta tradição no imaginário geral do povo de terreiro de PE.
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Candomblé e Suas Nações, tema elaborado para mostrar a complexidade do imaginário das religiões de matrizes africanas no Brasil.
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A aluna Alice Barbosa, apresentou o Tambor de Mina do Maranhão e o Jarê, Xapanã e Batuque também foram temas abordados por ela.
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Plateia assistiu ao seminário com muito interesse.
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O tema da diversidade religiosa foi foco na fala da Alice Barbosa, que relatou para os presentes sua experiência pessoal ao entrar em contato com o tema do seminário. Ela afirmou que uma mudança forte aconteceu com ela, e que a imagem distorcida e diabolizada que ela tinha sobre estas religiões foi totalmente modificada para melhor.
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O Professor Teólogo da Religião Afro Jayro Pereira de Jesus, foi o convidado especial para o seminário.
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O Prof. Jayro Pereira abordou temas de extrema profundidade teológica em relação às religiões afro, mexendo com o pensamento de todos os presentes.
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A cosmovisão africana, a teologia negra e os aspectos da lógica social enquanto "berço" da Xenofilia, formou a linha de raciocínio do prof. Jayro Pereira em sua fala.
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Mostra do quadro escrito para definir Exú e as diferenças sociais e culturais do "berço" do ocidente e do africano. Vale salientar que a ligação entre Exú-Ruah-Pneuma = Espírito Santo, causou espanto e reflexão sobre o apresentado.
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O Seminário foi finalizado com a segunda parte da performance de Alexandre L'Omi L'Odò, com o poema Navio Negreiro. Ele contou com a participação especial do Poeta e Músico Adeíldo Massapê, que fez os efeitos na percussão.
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Performance do Poema Navio Negreiro de Castro Alves.
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Uma mesa de Jurema e de estudos foi montada para ilustrar parte do trabalho.
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Ao término da apresentação, foi oferecido ao público o vinho sagrado da Jurema, para degustação e espiritualização.
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L'Omi oferecendo a Jurema Sagrada aos participantes.
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Servindo a Jurema...
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Participantes do curso de especialização em história da África bebendo Jurema. Detalhe: A direita, a aluna Maria do Carmo curiosa...
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Degustando a jurema, aluna Karla Gama, do curso de Biologia apreciou o vinho.
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Comunhão com o sagrado indígena!
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O Professor Vanderlei Lain e L'Omi degustando juntos o vinho sagrado da Jurema. Ato de celebração.
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Prof. Jayro Pereira de Jesus e o Prof. Vanderlei Lain.
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Mestrando Américo de Ògún Soròké, Prof. Jayro Pereira de Jesus e Prof. Vanderlei Lain.
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Poeta Adeíldo Massapê, L'Omi, Pai Américo de Ògún e alunos do curso de história da África.
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No cachimbo da Jurema: Professor Vanderlei Lain.
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Alexandre L'Omi L'Odò (História), Alice Barbosa (Direito), Marcelo Carrilho (Engenharia) e Fagner Nascimento (História), alunos que apresentaram e construiram juntos o trabalho sob orientação de L'Omi.
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Alexandre L'Omi L'Odò
Sacerdote e estudante de História da UNICAP

alexandrelomilodo@gmail.com

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Entidade cultural da resistência negra pernambucana, luta e educação através da religião negra e indígena e da cultura afro-brasileira!