segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Maracatu Raízes de Pai Adão, comunidades de terreiro e grupos culturais fazem protesto contra racismo institucional em frente a Prefeitura do Recife nesta terça

A direita Leandro, mestre do Maracatu Raízes de Pai Adão, a esquerda Ítalo, integrante do grupo e vítima das agressões cometidas pela polícia. Foto de João Monteiro.

Maracatu Raízes de Pai Adão, comunidades de terreiro e grupos culturais fazem protesto contra racismo institucional em frente a Prefeitura do Recife nesta terça

Nesta terça, 19 de fevereiro de 2013, às 10h em frente ao prédio da sede da Prefeitura da Cidade do Recife, acontecerá um ato coletivo contra o racismo institucional e a intolerância religiosa focado no caso do percussionista e integrante do Maracatu Raízes de Pai Adão, Ítalo Diego José dos Santos, que foi agredido brutalmente pela polícia após a abertura oficial do Carnaval do Recife (dia 08/02), onde o mesmo tocou com Naná Vasconcelos no grande espetáculo que abrilhanta a festa a mais de 10 anos.

Será entregue uma carta oficial pelo Maracatu Raízes de Pai Adão e pelo Quilombo Cultural Malunguinho ao Prefeito Geraldo Julio e a secretária de cultura Leda Alves, com considerações sobre o fato e cobrando posicionamento da instituição em relação ao caso.

Vários representantes de outros maracatus, de grupos percussivos, povos tradicionais de terreiro e interessados confirmaram presença para que junto ao caro de som que foi coletivamente alugado para o protesto possam dar falas e pressionar a Prefeitura para que algo seja feito. 

Além das agressões físicas ele foi xingado de "macumbeiro safado", disseram que ele "não tinha advogado" e que "desceria direto para o COTEL" em uma demonstração de subestimação dele por ser negro e da cultura popular - portanto não teria assistência nenhuma... Racismo e intolerância religiosa... Tudo isso aconteceu... 

Não dá pra calar. O dano moral, simbólico e físico cometido contra Ítalo atingiu a todas e todos que fazem cultura popular em Pernambuco e no Brasil. Ele não apanhou só. Junto com ele sofreram todos os meninos e meninas negros e negras das comunidade em risco, sofreram com ele os ancestrais da nossa religião, sofreram com ele os sacerdote e sacerdotisas das religiões de matrizes africanas e indígenas e sofreram com ele todos os que acreditam na cultura popular.

Não podemos manter uma situação dessas impune. Assim o Estado confirma a tese de centenas de pesquisadores: "O Brasil é racista"! E não fazemos nada para vencer esta doença...

Contamos com a divulgação e presença de todas e todos neste ato coletivo de luta por nossos direitos humanos e de cidadãos.


Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

2 comentários:

nino sp disse...

Tenho uma duvida o sitio do pai Adão esta sobre cuodados de Paulo braz ?
Porque OS videos que.vi no YouTube era.outro babalorixa Papai Manuel?

Alexandre L'Omi L'Odò disse...

Nino, o babalorixá responsável pelo Sítio é o Sr. Manoel Costa.

O responsável pelo Ilé Iyemojá Ògúnté, terreiro atrás do Sítio de Pai Adão, é o sacerdote Paulo Braz, que é também da família e é o responsável pelo Maracatu. Pois todos são família e herdeiros do axé.

Quilombo Cultural Malunguinho

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Entidade cultural da resistência negra pernambucana, luta e educação através da religião negra e indígena e da cultura afro-brasileira!