quarta-feira, 4 de abril de 2012

Oficina de Leitura de Contos Africanos na Biblioteca do MP - Matéria do Jornal do GT Racismo N°. 22 do MPPE.

Digitalização da matéria do Jornal do GT Racismo do MPPE N°. 22 - Jan/ Fev/ Mar 2012.

Oficina de Leitura de Contos Africanos na Biblioteca do MP

Quinze crianças, filhos e filhas de membros e servidores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) tiveram a oportunidade de se integrarem com o universo e cultura africanos. Uma oficina de leitura de histórias africanas para crianças, promovida pelo GT Racismo, foi realizada na Biblioteca do MPPE, chamada de “Momento Griot”, o encontro foi idealizado como parte das comemorações ao Mês da Consciência Negra.

De iniciativa da promotora de Justiça, Irene Cardoso, a oficina reuniu cinco contadores de histórias, vindo de diversas esferas: a professora Tereza Cornélio; as servidoras da Biblioteca Pública do Estado Djaneide Gomes e Luzinete Santos; o jornalista Gustavo Bezerra e o sacerdote do candomblé Alexandre L’Omi L’Odò.

Nas histórias apresentadas, contos africanos lidam de forma lúdica com temas como racismo, mitologia africana, religiosidade, diáspora, personalidades negras na história e quilombos, possibilitando a reflexão sobre a igualdade racial.

A professora Tereza Cornélio, apresentou “O Murucututu”, que trata de uma menina muito esperta que conhece uma ave chamada de Murucututu e aborda temas como medo e honestidade. As bibliotecárias Djaneide Gomes e Luzinete Santos explanaram os contos “Menina Bonita do Laço de Fita” que aborda a questão racial e “Jabulani”, que trata da gratidão, respectivamente. O jornalista Gustavo Bezerra falou a “Como o Sol e a Lua Foram Morar no Céu”.

Como sacerdote do Candomblé, Alexandre L’Omi L’Odò explica que, tradicionalmente, os valores e a história do povo Iorubá são passados através da tradição oral. Ele falou sobre a briga entre Oxalá e Oduduá, que são divindades responsáveis pela criação da Terra e da vida, e brigavam pelo controle da Terra. “Acho muito importante essa iniciativa, esse tipo de trabalho e o interesse em passar para as crianças esses valores, afastando-se um pouco dos ocidentais e abordando a questão dos nossos ancestrais”, disse.

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Publico aqui, texto integral da matéria do Jornal Trimestral - GT Racismo do MPPE N°. 22 - Jan/ Fev/ Mar 2012. Na matéria, tive oportunidade de dar uma pequena contribuição sobre a cultura do Candomblé e do imaginário africano que foi publicada no texto. A tradição oral ainda é uma ciência pouco estudada e que está em amplo crescimento. Com o conto que levei às crianças tive a oportunidade de confrontá-las com questões importantes como o respeito aos mais velhos, respeito à natureza, respeito a vida e direito a paz. Além claro de enfocar as questões do racismo. Fico muito grato a Irene Cardoso que teve esta consistente idéia que veio a contribuir e ampliar positivamente no trabalho crescente do GT Racismo do MPPE. Para mais informações visitem a página do Ministério Público: www.mp.pe.gov.br

Salve a fumaça e a memória dos nossos ancestrais!!!


Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 

3 comentários:

Aldemir Suku disse...

é de máxima importância que setores públicos venham a se inteirar com histórias africanas. dando assim uma importância mal para as nossas raízes. sejam servidores do estado ou sejam servidores do serviço público. o interesse pela causa em si, ganha mais músculos e força. axé

Aldemir Suku disse...

é muito bom ver o MP se aproximar das matrizes africanas, seja elas na contação de histórias como na própria religião. assim, conhecem bem e veem que nossa religião não é vaidade. e sim história. e bote história nisso. muito axé há todos.

Alexandre L'Omi L'Odò disse...

Pois é irmão Sukü. O MPPE tem mais é que investir neste discurso. O mundo caminha para a equanimidade étnica, portanto, temos que ter um MP que dialogue com esta questão urgente de nosso tempo.

Vamos simbora colocando tijolos neste templo!

L'Omi,

Quilombo Cultural Malunguinho

Quilombo Cultural Malunguinho
Entidade cultural da resistência negra pernambucana, luta e educação através da religião negra e indígena e da cultura afro-brasileira!